quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Luísa Dacosta na Portela

Luísa Dacosta pegou na história da Carochinha que todos conhecemos e escreveu-a à sua maneira na obra «Robertices». Esta obra é constituída por algumas poucas peças escritas para teatro dom roberto. 

Como escreve Luísa Dacosta nas primeiras páginas, «Robertices» pretende recordar a tradição popular dos espetáculos de rua com os toscos robertos, bonecos com cabeças de pau, que tanto maravilharam crianças e adultos «no tempo em que havia tempo para ter tempo» (p. 13). 
Depois de se conversar bastante sobre o texto lido, alguns meninos deram o seu melhor para dar voz e expressão às personagens da história. 
Luísa Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas. Mas as suas «universidades» foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga (ele não me bate muito, só o preciso), e que, mesmo afeitas, num treino de gerações, às vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Às mulheres de A-Ver-O-Mar «deve» a língua ao rés do coloquial. Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a motivou a escrever para crianças. Faleceu a 15 de fevereiro de 2015.

http://www.wook.pt/ficha/robertices/a/id/40912
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/luisa-dacosta-19272015nunca-fiz-uma-coisa-que-eu-nao-quisesse-1686359
http://www.wook.pt/authors/detail/id/7204

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